segunda-feira, 6 de maio de 2013

Papo furado: comer de 3 em 3 horas



Na semana passada, por estar acordando quase na hora do almoço, saí do meu esquema de comer de  3 em 3 horas (estava sendo mais de 2 em 2 horas!), afinal só dava tempo de fazer 4 refeições por dia.

Para falar a verdade, mesmo antes eu já estava forçando a barra para conseguir dar 2 horas, no máximo 3, de intervalo entre uma refeição e outra: comia uma sobremesa light depois das refeições principais (tipo iogurte ou fruta) e contava como lanche! haha Ok, é uma completa roubalheira, mas fazer o que se eu prefiro MIL VEZES uma refeição satisfatória, que me deixe sem querer mais comer por um bom tempo, ao  invés de várias refeiçõezinhas pequenas que me mantêm sempre com fome?

Afinal, o almoço e jantar têm que ser MUITO comedidos, senão esse negócio de fazer 3 lanches acaba é engordando. Resultado: eu como aquele prato miserento que está tentando se passar por almoço até o último grão e então penso "ok, a entrada estava boa, agora podem trazer o prato principal". Não sei se sou especialmente gulosa, mas sempre me sinto pronta para comer um prato inteirinho assim que acabo de almoçar (ou jantar, ou lanchar...). E acho que tem algo de muito errado nisso.

O papo


Essa regra de comer de 2 em 2 horas tem basicamente duas justificativas:

1) Fazer lanches impede que você chegue às refeições principais morto de fome e, portanto, ajuda a controlar a compulsão e a fazer escolhas racionais.


Ok, essa justificativa faz sentido e é até bastante óbvia. Mas acontece que os lanchinhos não matam a minha fome, então acabo ficando esfomeada de qualquer jeito. Pra mim, não faz diferença fazer 1 ou 4 lanchinhos, se os 4 juntos não me saciam em momento nenhum.


2) Fazer várias refeições é uma maneira de enviar ao organismo a mensagem de que não está faltando comida, de avisar que ela continuará chegando, ainda que em menores porções. Com isso, o organismo entende que não é preciso economizar energia e estocar gordura, que é o que acontece quando diminuímos a quantidade de calorias ingeridas. Em outras palavras, é uma maneira de aumentar o metabolismo e otimizar o emagrecimento.

A princípio, essa justificativa parece até ter lógica, mas, gente, se o esquema dos lanchinhos me faz ficar com fome o tempo todo, que mensagem isso está mandando para o organismo? Sinceramente, eu acho que, se de fato sinto fome, a mensagem de "estoque gordura, estamos em dificuldades!" é muito mais clara do que quando simplesmente diminuo a quantidade de calorias, mas me sinto saciada.  Ou o organismo só entende o recado se ele for sutil, indireto?

Pensando nisso, resolvi pesquisar um pouco melhor sobre a tal regra. Me surpreendi: ela é muito mais furada do que eu imaginava!


A furada


Não apenas diversas pesquisas questionam a eficácia dessa compartimentalização da dieta, como a própria Organização Mundial de Saúde lançou um relatório em que afirma que não existe informação relevante que sustente que uma frequência mais elevada de refeições possa estar relacionada com um peso mais baixo.

Aliás, tem várias pesquisas que mostram que fazer vários lanches pode ter inclusive impacto negativo sobre a dieta, pois sobrecarrega o sistema digestório e desregula o relógio biológico (o organismo precisa de momentos sem comida para funcionar melhor), além de favorecer a compulsão alimentar, devido ao desajuste do mecanismo de fome/saciedade, já que se come porque está programado e não porque se tem fome. 

Infelizmente, reparei que isso já aconteceu comigo. Quando eu como normalmente e me sinto satisfeita, demoro umas 4 horas para começar a ter fome, que só vem com força mesmo depois de umas 6 horas. Não costumava sentir falta de lanches nesse intervalo. Porém, de tanto ouvir que tinha que comer em intervalos curtos de tempo, comecei a me forçar a fazer lanchinhos e, pronto, acostumei! Agora, mesmo sem ter  fome (nos fins de semana de jacação, por exemplo), estou sempre pensando sobre quando virá o próximo snack.

Conclusão


Não que eu acredite cegamente nessa segunda leva de pesquisas também - nesse mundo de dietas, tem afirmações ("comprovadas cientificamente") para todos os gostos. A questão é: a regra das 3 horas já tinha virado um dogma, quase uma verdade absoluta, quando é muito provável que seja só mais um papo furado. Normalmente minha atitude frente a essas "descobertas científicas" é adotar a recomendação, se ela pode ajudar e não tem chance de prejudicar a dieta. Mas, nesse caso, acho que prejudica, sim. Então, vou abolir, paulatinamente. Não dá pra ser de uma vez, afinal agora já estou viciada em fazer lanche.

Não quer dizer também que eu esteja demonizando a regra. Minha conclusão, superoriginal, é que devo seguir meu bom e velho bom senso: respeitar meu corpo e comer só quando tiver fome, evitando também deixar passar tempo demais. Vou tentar tornar as refeições principais mais satisfatórias e diminuir os lanches. Agora, para quem sente fome naturalmente depois de 2 horas, ou se sente melhor comendo várias porções pequenas em vez de poucas porções maiores, acho que o correto é seguir a "regra" mesmo e não passar a concentrar as refeições, como estou fazendo.

Vamos ver se fica mais fácil agora. :)

3 comentários:

  1. Olá, moça. Te vejo no FS. Bom, pelo seu relato acima, vc se daria muito bem com a Meta Real (uma amiga minha é fã) pois eles pregam três boas refeições pelo dia. Eles têm um disco muito bacana para quem ainda não tem muita habilidade em fazer as combinações de pratos equilibrados. Vc olhando o disco consegue ver porções adequadas. Eu prefiro a regra das 3 em 3 (sem a rigidez de colocar despertador para isso... rs) pois me adaptei muito bem a ela. Não gosto de ir para a mesa depois de 4 ou 5 horas de barriga vazia porque acabo comendo mais do que deveria mesmo. E comendo pequenas porções mais vezes eu acabo não comendo porcarias pois comia mesmo por tédio, compulsão, hábito, qualquer coisa... que não era fome... era fominha. Até mais. Rft

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    1. Oi! Achei interessante esse método da Meta Real, mas não tem aqui em Brasília, se não até iria lá ver qual é.

      Valeu pela indicação!:)

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  2. Acho que "as pesquisas mostram" algo que você não quer enxergar.. porque quase na totalidade das pessoas que aplicam refeições de 3 em 3 horas, obtêm resultados de perda de peso. Lógico, que isso é só um método de se conseguir um objetivo. O que importa mesmo é o quanto o seu cardápio corresponde ao necessário, para que você não sinta fome entre as refeições... se você sente fome, seu cardápio está errado... só isso. o Método funciona sim.. e pode não ser o seu preferido.. e sim a OMS nao admite clinicamente os resultados, porque esses resultados são baseados em infinitos fatores da nutrição humana.. que não depende da OMS para definir esse método como eficaz.. até porque depende muito mais do indivíduo que está fazendo a dieta do que qualquer outro fator..enfim.. você defendeu muito mal aquilo que você acredita, e que aconteceu com vc.. em detrimento de um método realmente eficiente, desde que bem aliado com o cardápio e com a anamnese de quem vai fazer a dieta.

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